tag:blogger.com,1999:blog-13996587.post6285336646268802532..comments2023-10-15T13:26:41.071+01:00Comments on b o c e j o: Bernardo Juremahttp://www.blogger.com/profile/17874622012959495482noreply@blogger.comBlogger7125tag:blogger.com,1999:blog-13996587.post-29594298290125510622007-08-25T14:18:00.000+01:002007-08-25T14:18:00.000+01:00Jorge e Cesar (e BJ e irmãoes),peço licença para e...Jorge e Cesar (e BJ e irmãoes),<BR/><BR/>peço licença para entrar nesse debate. Vou tecer uma considerações teóricas, e me desculpo por isso. Acho um debate interessante porque, lidos os pontos centrais dos argumentos de Jorge, encontramos as principais premissas e dificuldades da sociologia quando tenta abacar "objetos artisticos". O problema que Jorge coloca é um problema "típico" de Crítica (crítica artistica)que centra a autonomia da música em aspectos estéticos (provavelmente inacessíveis ao olhar sociológico) ponderando assim sobre o direito não relativizavel de se ter critérios puramente estéticos de valorização da arte musical.<BR/><BR/>Meus pontos:<BR/><BR/>1- A avaliação estética de uma obra, do ponto de vista de uma sociologia mais completa, passa pela identificação de lógicas de produção e recepção nas diferentes manifestações dessas práticas de arte. Ou seja, não sei se é possível rejeitar o nível "físico" como sendo um aspecto da "agregação de valor estético específico" de artes com apelo mais "grosseiros". Em outras palavras o problema é: é possível afimar a superioridade musical de um tipo de musica sem cair numa espécie de legitimismo de uma "lógica de produção especifica" que funciona justamente negando e denegano os aspectos ditos físicos pertecentes a uma outra lógica de produção? Como se vê, eu acho que a questão não é de sobreposição da sociologia à música, mas de entender que no mundo social, as formas de legitimação operam inclusive quando se entende de "funções sociais da música".<BR/><BR/>2- O exemplo debatido de Caetano entra e traz a tona isso que digo. O 'quilate´ daquilo que ele fez deve ser medido por quais critérios? Estéticos? Sociais?<BR/><BR/><BR/>Sem querer ser o "sujeito da síntese" acho que no mundo social a estética, apesar de toda sua autonomia, não pode se resguardar de uma pormenorização sociológica que coloque em evidência residuos sociais (sobretudo de lógicas de legitimação)em nossas "formas de apreciar" a música. Nesse sentido apesar de tender a concordar com Jorge (é exagerada a posição atribuida a Caetano, em vários aspectos), tendo a perceber a crítica efetuada por Jorge (a da regulação estética do gosto, ou seja, Caentano "menos artista que") como uma espécie de afimação legitimista de "uma forma de apreciar a arte".<BR/>É isso,<BR/>abraço a todos,<BR/><BR/>JampaJampahttps://www.blogger.com/profile/05544831303210088272noreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-13996587.post-56486316268895262052007-08-23T20:25:00.000+01:002007-08-23T20:25:00.000+01:00Vamos lá: Meu comentário pode ter transparecido um...Vamos lá: Meu comentário pode ter transparecido uma certa antipatia pela figura do Caetano, mas antes disso minha crítica é sobre o valor atribuído a ele [além do que ele próprio se atribue, o que é outra coisa] e ao tropicalismo na música popular. Considero, o trabalho de Hélio Oitica nas artes plásticas bem mais substancial [talvez por ignorância minha na área] do que o da música popular.<BR/>Entendo perfeitamente a sua colocação quanto essa idéia de afirmar a música popular como algo bem mais amplo do que o samba, o choro, o baião, aliás esse discurso reacionário é fruto do pensamento "ideologizante" do Mário de Andrade que ironicamente temia a "contaminação" da música popular [ entenda aí música folclórica e de origem, factualmente popular], porque para o Mário a música popular seria a fonte onde a "música artística"[palavras dele] se serviria para aí então produzir uma música nacional, ou seja, uma música erudita [ no sentido da tradição européia mesmo, orquestra, formas musicais, linguagem harmônica] tomando como fonte essa música que o mesmo julgava pura [ledo engano, ou seria, engano intencional?] e procurando evitar qualquer tipo de estrangeirismo pernicioso, como ele deixa claro no ensaio sobre música brasileira. Transposto para a década de 60 e mesmo para hoje, no momento em que música popular está na academia [universidades], o discurso da pureza da música brasileira, que seria a "verdadeira" apenas se fosse o samba ou choro, por exemplo, o tropicalismo sim, se contrapôs ideologicamente a esse reacionarismo. Como havia falado, a minha crítica não esta na existência do tropicalismo em si, eu mesmo gosto de muitas coisas feitas no período, o que eu critico é excessiva valorização dada a um movimento que não teve e não tem a mesma fundamentação musical, no ponto de vista da linguagem guardada as devidas proporções, que por exemplo teve a Bossa Nova. Em música popular não há praticamente nenhuma novidade, por mais que elas aparentem ser. A música eletrônica pop tão em moda com os Dj's atuais , não é nada mais do que uma versão simplificada de experimentações entre música e tecnologia que existem há mais de 60 anos. O que eu quero dizer é que não há uma novidade do ponto de vista da linguaguem musical como houve com serialismo no inicio do século XX ou com a música do primeiro barroco, ou com a expansão do tonalismo no romantismo. Enfim, isso não desqualifica a música popular, mas é preciso colocar os pingos nos i's. Se podemos falar em música popular de vanguarda, falemos então de Arrigo Barnabé, Itamar Assumpção. Bem, o que eu quero dizer é que na minha visão o tropicalimos pairou sobre a superfície, ou seja, muito menos do que os teóricos querem afirmar que ele é. O papel da letra nesse contexto é primordial, porque a maioria dos estudiosos de música popular extraem o significado dos "movimentos" se baseando nas letras, o que acaba sendo de fato o que é "discurso musical" nesta seara, desconhecendo que a música é uma linguagem com signos próprios, que possuem uma "gramática" e uma retórica que ocupa um determinado espaço na história. <BR/>Enfim, a minha crítica não está focada num juízo de valor puramente moralista, ao apontar, no caso, o Caetano como um vendido do mercado. Com uma bagagem sociológica, não poderia cair no simplismo de achar que um tipo de música é desprovida de função social, e portanto deveria ser banida, vejamos o "funk carioca". é uma das coisa mais simplista que existe em música popular hoje em dia, mas isso não elimina sua função social, e mesmo seu objetivo de estabelecer um convívio social, enfim de entreter de maneira absolutamente física. O seu propósito é legítimo não porque eu acho, mas simplesmente porque milhares de pessoas acham e fazem, agora o que não pode haver é uma sobreposição da "sociologia" sobre "a música" ou seja, como o sujeito investigou e provou que aquele gênero da música tem um papel social importante, a música passar a ter um valor artístico que ela na verdade não tem, ou seja, o MC fulano de tal possa ser considerado tão bom compositor como Tom Jobim. Repito, o que não quer dizer que o MC tem que ser banido, nem que eu não frequente o baile tal porque a música dele é bem inferior a música de Edu Lobo.<BR/>Falei isso tudo apenas para demonstrar que minha crítica ao Caetano não puramente pessoal, mas é fundamentada numa leitura equivocada sobre o papel MUSICAL do mesmo, o que não quer dizer que eu ache que tudo que ele fez foi ruim, mas naquilo que o tropicalismo tem de interessante figuras como Rogério Duprat são muito mais seminais, do que você escuta no disco do Caetano, "apenas" a letra e a melodia é dele, sonoridade de disco é obra de outro, é a estória da empada e da azeitona. <BR/>A minha crítica é na valorização exageradamente desmesurada que se dá ao Caetano, quando ele como compositor está anos-luz atrás de um sem números de compositores da música popular brasileira.slavohttps://www.blogger.com/profile/10992845102196049682noreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-13996587.post-62483415853423730232007-08-23T03:12:00.000+01:002007-08-23T03:12:00.000+01:00Jorge, Caetano é narcisista, "pavão", tem certamen...Jorge, Caetano é narcisista, "pavão", tem certamente uma auto-imagem inflacionada, pode falar besteira aqui e acolá - afinal, quando se fala muito, a probabilidade de dizer besteiras aumenta. No entanto, creio que é possível apreciar o trabalho de Caetano sem embarcar no oba-oba do showbiz. É possível também reconhecer a importância que ele - e o tropicalismo - teve no campo cultural brasileiro (gostemos deles ou não, achemos eles exagerados, narcisistas e sobrestimados ou não). Eu não comparei Picasso com Caetano, só usei Picasso como exemplo de técnica e criação de um autor que conhece a sua tradição - para melhor desconstrui-la e resignifica-la. A importância do tropicalismo na cultura brasileira está na sua atitude antropofágica de afirmar que, sim, nós brasileiros podemos fazer rock, podemos usar guitarra, podemos juntar a guitarra com sanfona. Podemos juntar Hendrix com Luiz Gonzaga. A música popular brasileira não precisa se restringir ao samba. Acho que essa foi a grande mensagem do tropicalismo. Eu vou fazer uma comparação que você certamente vai se irritar, mas lá vai: da mesma maneira como Nepomuceno lutou pra construir uma ópera brasileira, um belo canto em português, o tropicalismo também se engajou por uma música que pudesse ter arranjos eletrônicos, guitarra elétrica e pudesse ser brasileira. Da mesma forma que Chico Science, anos depois, tentará construir outras pontes. Eu sei que você discorda de mim, mas por isso mesmo acho que é um debate que pode ser rico. Um abraço!Anonymousnoreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-13996587.post-63206315929756025362007-08-23T00:38:00.000+01:002007-08-23T00:38:00.000+01:00O Tropicalismo na música popular é uma das maiores...O Tropicalismo na música popular é uma das maiores falácias que já inventaram, salva exceção de Tom Zé e alguns arranjadores que realmente sabiam música, aqueles que sempre fazem o grosso do trabalho pra um melodista/letrista levar a fama. Quando tu escutas um disco de caetano saiba que ele só deu a azeitona, o arranjador foi quem fez a empada. Sob um discurso verborrágico e pouco efetivo, ele fala fala e não diz nada. Cadê a consistência intelectual? Ou será que consistência intelectual em música é falar de política? Qual foi a grande novidade do tropicalismo? colocar guitarras eletricas? quanta novidade, um ruptura de linguaguem digna de um John Cage. <BR/>Memória curta? Alguém sabe quem é Alberto Nepomuceno, Leopoldo Miguéz, Lorenzo Fernandez, alguém tem idéia de que se há um paralelo entre Literatura e Música, por exemplo, não entre Guimarães Rosa e Caetano, É Rosa e Camargo Guarnieri, ou Villa-Lobos, ou Francisco Mignone, ou Guerra-Peixe, será que esse "jovens" que idolatram a a música pueril de Caetano Veloso que se pretendia e se pretende moderna mas do ponto de vista da linguagem é mera fórmula rasa e fortuita, conhecem alguma coisa da história da música brasileira, tem idéia do que é música moderna, já ouviram falar em Debussy, Schoenberg? Ou música contemporanea? Gostam de Picasso e acham que o paralelo dele é Caetano. Já ouviram falar Luciano Berio, Pierre Boulez, Ligeti, Benjamin Britten, Alberto Ginastera. E os sem números de compositores populares brasileiros INFINITAMENTE melhores do Veloso, ou Guinga, Hermeto Pascoal, Francis Hime não infinitamente melhores músicos e compositores do que a verborragia de Caetano. Não bastasse seu "pavonismo", seu egocentrismo ilimitado, querer criar essa imagem que não corresponde a sua limitada produção artística é um tanto demais, à Cesar o que é de César e Caetano o que é de Caetano, um espaço micro na música brasileira.slavohttps://www.blogger.com/profile/10992845102196049682noreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-13996587.post-64866000966154250402007-08-22T20:25:00.000+01:002007-08-22T20:25:00.000+01:00gostei do texto, bernardo. é boa tambem a parte da...gostei do texto, bernardo. é boa tambem a parte da entrevista de quando ele comenta do momento em que foi ver os primeiros shows dos "grandes" lá em londres e achou tudo "menos" do que esperava porque ele de fato já era "grande" tambem heheheUnknownhttps://www.blogger.com/profile/01921221716498144070noreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-13996587.post-35751647123425703442007-08-22T17:11:00.000+01:002007-08-22T17:11:00.000+01:00eu fico bebo e escrevo ness carai! hahahahahahahah...eu fico bebo e escrevo ness carai! hahahahahahahaha<BR/><BR/>uôu!288clandestinohttps://www.blogger.com/profile/18343814805697097778noreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-13996587.post-7935957770979735822007-08-22T06:31:00.000+01:002007-08-22T06:31:00.000+01:00ótimo post, Bernardo. Você me deixou ainda mais cu...ótimo post, Bernardo. Você me deixou ainda mais curioso para ler a entrevista. Mas isso que ele fala do rock dos anos 80, a lógica por trás dessa idéia de uma organicidade do desenvolvimento cultural e intelectual está presente em Antonio Candido, no seu Formação da Literatura Brasileira (que cai no concurso ahaha). Em outras palavras: para romper com uma tradição e abrir outros caminhos, você tem que saber que tradição é essa. Antes de revolucionar a pintura, Picasso sabia fazer o dever de casa dele: era mestre na pintura acadêmica e realista. Rompeu com o cânone, sabendo o que estava fazendo. No Brasil, a gente confunde liberdade de criação com ignorância do passado, experimentalismo com anti-intelectualismo. Para os poetas que acham que precisam se drogar ou se embebedar pra escrever poesia, eu digo: leiam Drummond, leiam Pessoa, leiam Bandeira e depois disso reinventem a poesia.Anonymousnoreply@blogger.com