terça-feira, 1 de agosto de 2006

Por que votarei em Lula


A argumentação recorrente de que os eleitores de Lula sejam necessariamente "burros" e "pobres" apenas põe em evidência a arrogância e o elitismo dos tucano-pefelistas e o messianismo inconseqüente psolista. É esta a razão, também, pelo fato de serem incapazes de entender a popularidade do Governo Lula, que resulta de suas escolhas políticas, pois tem adotado uma série de políticas públicas inclusivas e populares, reduzindo a desigualdade social e promovendo um princípio de redistribuição de renda por meio das políticas públicas progressistas adotadas. Exemplos - o SAMU, atendimento dental por meio do SUS, remédios populares; a interiorização – inédita – das universidades federais e escolas técnicas; o FUNDEB, que vai financiar o ensino básico; a distribuição mais justa e democrática, social e regionalmente, das verbas da Cultura; o programa de quotas para pobres e negros nas universidades públicas; o aumento real do salário mínimo; o aumento do poder de compra dos setores mais pobres da sociedade; o controle da dívida pública; a tendência de baixa das taxas de juros.

Os tucano-pefelistas da oposição conservadora, cegados por sua ideologia importada Made in USA, são incapazes de entender isso. Por isso, e ainda bem, são incapazes de estabelecer uma estratégia eficiente de oposição, apesar do apoio pesado da grande mídia e do poder econômico. E por isso que já falam abertamente de impeachment, o único modo que têm para evitar o inevitável. Além de burros, são irresponsáveis.


Apoiar e defender o Governo Lula não é um realismo cínico, mas conseqüente. Acredito que houve uma mudança, sim, com esse governo, apesar de tudo, e esse é, sim, o governo mais progressista que já tivemos, e só não foi mais porque a sociedade brasileira, refletida no Congresso Nacional, é MUITO conservadora.


1. sou de esquerda. e acho que o PT é, ainda, o partido que, pela ligação intrínseca e orgânica que tem com os movimentos sociais e populares, é o que melhor representa um projeto progressista e realista de governo. Mais importante, o processo de desmonte do Estado brasileiro, que se dava por meio das privatizações criminosas, da terceirização de serviços básicos e do sucateamento de setores estatais estratégicos, foi corajosamente revertido. Hoje, passamos pelo processo de reconstrução do Estado brasileiro – o que talvez seja o grande legado da primeira gestão de Lula.

2. esse projeto progressista tem sido implatado naquelas áreas do governo que ficaram com o PT, como a social, a educação, a saúde, o meio-ambiente, onde políticas progressistas foram adotadas, representando uma verdadeira mudança em relação a como era antes.

3. o fato de sabermos todos esses casos de corrupção não significa que o PT seja o mais corrupto. De um lado, tem a imprensa conservadora mais vigilante do que nunca (em comparação com a leniência com a qual tratava governos passados). De outro, um governo que é, essencialmente, mais democrático e aberto. A Polícia Federal, por exemplo, atua de forma isenta e apartidária, diferente de antes (vide o caso do dinhero de Roseana Sarney). O Ministério Público Federal nunca agiu de forma tão autônoma. Trata-se, portanto, de uma escolha política do governo.

4. e, finalmente, desde sempre, minha opção pelo PT foi baseada em critérios POLÍTICOS, e não morais. Nunca me iludi nem idealizei. Como qualquer agrupamento de humanos, o partido não estava imune a condutas ilícitas. Se eu fosse votar baseado em critérios morais, iria votar em freiras, padres... na minha avó, sei lá. Mas meu critério é POLÍTICO, baseado em representação de interesses e de idéias, algumas das quais foram adotadas por esse governo. Quem vota primordialmente por questões morais, como essa turma do Psol, por exemplo, vai eleger 10 governos e vai se frustar 10 vezes. O que diferencia não é que o governo ou partido seja mais ou menos corrupto que outros, mas como esses desvios de conduta são tratados.