sexta-feira, 23 de dezembro de 2005

Adeus Ano Velho


Um passo a frente, em direção à justiça e à defesa do patrimônio brasileiro foi dado pelo Governo essa semana. Os arquivos da ditadura serão gradualmente liberados e, desta forma, o Brasil não mais esconderá seu passado sombrio, e sim, expô-lo-á de modo que seus cidadãos encarem-no e não repitam a ignorância e brutalidade de outrora.

É desta forma que terminamos um ano e entramos noutro: com justiça à história e às vítimas de alguns de seus protagonistas.

Um 2006 de justiça... num ano de debates eleitorais que não embarquemos em injustiças. Que preservemos a razão, o bom senso e nosso lado humano.

No ano de Copa do Mundo, que esse Brasil tão fravorito saiba ser humilde.

E que nós, que construímos dia-a-dia esta dosiciedade, tenhamos mais e mais conquistas, e mais e mais realizações e todos os âmbitos...

domingo, 18 de dezembro de 2005

Vovô Merval e Vovó Maidy



texto escrito em homenagem a vovô e vovó na ocasião das Bodas de Diamantes deles, ocorrida no 15 de Dezembro de 2005.


Vovô Merval na cabeceira da mesa no apartamento, pequeno, tornado ainda menor pelo número de pessoas, lotado pela família num almoço de domingo, segurando, portentoso, a garrafa de 1 litro de Coca-cola. Naquela época, nos anos 80, a garrafa de 1L era de vidro e era "a" garrafa, e a criançada só tomava Coca nos fins de semana, e olhe lá! Também naquela época, éramos, nós netos, crianças em pleno processo de formação e socialização e aquela imagem se tornaria emblemática do conceito que viríamos a construir de autoridade e justiça: Coca-cola, só um copo, para que todos tivessem direito, e apenas para aqueles que comessem tudo!

Cresceríamos, a Coca-cola viria a tornar-se mais trivial, e os conceitos de autoridade e justiça, um pouco mais complexos. Mas, o senso de justiça e honestidade de Vovô permaneceria, tornar-se-ia um parâmetro. Ao amadurecermos, tomamos conhecimento de que "vovô" Merval é também o Professor Merval, com uma história de vida de altruística e desapegada dedicação à sociedade pernambucana, em especial à educação pública do nosso Estado.

Perceberíamos, então, que aqueles valores de honestidade e justiça se estendiam à sua vida pública. É bacharel em Direito, dedicou-se ao magistério, lecionando por mais de trinta anos em educandários recifenses, universidades Católica, Federal e FAFIRE. Exerceu funções técnicas e administrativas no governo do estado de Pernambuco. Na área federal exerceu a chefia de gabinete do Ministro do Interior e Justiça, além de ter integrado o Conselho Administrativo da Fundação Joaquim Nabuco. Ou seja, o que o destacava então, e o destaca ainda hoje, é que os mesmos princípios que regiam sua vida privada eram sua diretriz na vida pública.

E é este legado, de integridade moral, de justiça e de honestidade que vovô nos deixa; a herança mais valiosa que existe: um nome honrado.

À rigidez de vovô, se contrapunha a maleabilidade de Vovó Maidy. Nada mais contrastante com a Coca-cola na cabeceira da mesa do que vovó, após o almoço, enquanto vovô tirava sua clássica soneca vespertina, nos levando à dispensa da cozinha para que comessémos - prazer supremo! - Nescau com Leite Moça! Nada mais complementar em termos de valores!

Enquanto que com Vovô aprendíamos a importância do respeito à autoridade e à justiça, com Vovó aprendíamos que a isso devemos conjulgar certa dose de flexibilidade e solidariedade ao próximo.

O trabalho voluntário nas comunidades pobres circunvizinhas da Madalena, quando o voluntariado ainda não era moda nem requerido pelos "headhunters" de multinacionais, e que Vovó segue realizando incansavelmente até hoje, seria a extensão pública daquele seu comportamento familiar do Leite Moça.

É na família que apreendemos as normas sociais e morais por que nos guiaremos no resto de nossas vidas, seja em nossas vidas particulares quando formemos nossas próprias famílias, seja como cidadãos cientes de nossos direitos e deveres perante a sociedade.

Que privilégio, então, tivemos e temos nós, filhos, netos, bisnetos, amigos e parentes, de dispor de dois dos melhores cidadãos, cristãos, seres humanos, em que nos espelhar e nos inspirar!

terça-feira, 13 de dezembro de 2005

20 Anos de ITECI ­

discurso que proferi na ocasião das comemorações dos 20 anos de fundação do ITECI, em nome meu, de Diogo e de Letícia, em Junho passado.



É naturalmente difícil falar do próprio pai. Principalmente quando ele é avesso à auto-adulação. Muita coisa descobri dele, e da minha mãe, através de terceiros. Por muito tempo não tive a dimensão da obra construída por eles ao longo do tempo. Foi, sobretudo, por meio de conversas com seus amigos, vendo a admiração e carinho que eles nutrem por meus pais, às vezes apesar do tempo e da distância, que comecei a me dar conta. Eles não são pessoas fáceis de se compreender. São pessoas complexas que desafiam estereótipos. Eram cidadãos do século 21 já na década de 70. O Iteci é apenas uma das facetas deles, a mais visível publicamente. Mas nem de longe se restringem a isso.

Mas hoje, estamos aqui para falar do Iteci. O aniversariante. Para mim, assim como para meus irmãos, é algo importante, ainda mais porque é quase um membro da família. A empresa é a nossa irmã caçula ­ é a que deu mais trabalho e tem a festa de aniversário mais legal. Brincadeiras à parte, há muito de verdade nessa analogia. E podemos levá-la adiante.

Meu pai é como se fosse a mãe. Ele a gerou, cuidou, criou. Como uma mãe ele a trata, com carinho e de forma emocional. Minha mãe é o pai. Se ela não estivesse todo esse tempo ao lado dele, a empresa não seria o que é. E tratava de forma mais racional. A empresa é um fruto desse casamento. Minha mãe sempre esteve lá nos momentos cruciais. A empresa nasceu, cresceu, passou pela crise (e que crise!) da adolescência, aos 18 anos tomou juízo, e agora, ao completar duas décadas de vida, ela se mostra uma jovem adulta madura e responsável, com um futuro promissor à sua frente.

Mas além de ser a história do Iteci a história da minha família, é também a história daquilo que o Brasil pode ser. É uma história de empreendedorismo e de espírito capitalista que dá certo, sem que se abra mão de princípios éticos e morais. A história do Iteci é um exemplo.

Meu pai queria estudar informática quando nem existia o curso aqui. Foi para a França fazer doutorado. Poderia ter ficado e seguido uma carreira acadêmica num país onde ela é valorizada. Seria seguro, tranqüilo,­ fácil. Voltou, empolgado com a redemocratização pela qual passava o país. Mesmo depois que abriu o Iteci, seguia preocupado com as questões nacionais. Por exemplo, participou de discussões públicas sobre a reserva de mercado de informática. Um empresário que tem plena consciência de seu papel na sociedade: o de criador de empregos, financiador do Governo (através de impostos) e da inovação tecnológica soberana. E nunca se esquivou dos debates, porque também é esse uma de suas responsabilidades como empresário. Também é ele um intelectual, nunca abandonou a Academia, ainda que estivesse lá menos por necessidade do que por convicção, até que esta o abandonou.

Num país injusto, que não premia sempre aqueles que produzem e oferecem valores que deveriam ser os reconhecidos pela sociedade, ele conseguiu se destacar. Aqui prevalece o caminho do enriquecimento pela política, e não pelo mercado. Há uma linha tênue entre o público e o privado. Não para o meu pai. O Iteci é uma empresa privada e que compete, legitimamente, no mercado. Ainda que este mercado seja distorcido por falhas, falta de concorrência, falcatruas e privilégios. Mas ele segue aí, porque acredita neste país. Capitalismo sem risco, como preferem alguns, tira a sua essência geradora de inovação tecnológica e aperfeiçoamento do serviço. Justamente o que o capitalismo tem de melhor para a sociedade, ao liberar a força motriz criativa e criadora dos indivíduos, base fundamental, aliás, da democracia liberal (o aspecto político do liberalismo), que, como o Iteci, também comemora duas décadas este ano no Brasil. Na contramão da tendência neoliberalizante da década de 90, não levada a cabo graças à mobilização dos movimentos sociais, o Iteci permanece 100% nacional -­ um centro de criação e propagação de conhecimento e tecnologia. Sua amplitude social só não é maior devido a outras deficiências nacionais ainda por resolver, que são um entrave para o progresso econômico e científico autônomos no Brasil; ­ refiro-me aos nossos sistemas jurídico e fiscal.

A empresa que envolve seus funcionários e lhes delega responsabilidades, cresce; e com ela, crescem também as pessoas. Aos 20 anos o ITECI preza por mudanças que venham a agregar à empresa, e que, hoje, acontecem de forma planejada, responsável e, sobretudo, compartilhada. Crescemos todos com esse processo. O respeito e a solidariedade entre todos fazem com que os trabalhos internos sejam reconhecidos externamente, por clientes e parceiros. São 20 anos de conquistas pessoais, por meio de amizades, novos conhecimentos; e conquistas profissionais, por meio de, por exemplo, promoções internas de pessoas que agarraram a oportunidade que lhes foi dada. O ITECI é o reflexo das pessoas que o compõe: pessoas com objetivos próprios, entretanto em sintonia com os da organização; pessoas com ambições, em busca de superar seus limites. Pessoas que, com todas suas particularidades e diferenças uns dos outros, formam uma comunidade harmônica, uma família ITECI.

Como um autêntico empresário, meu pai não é movido pelo lucro puro e simples, que por si só não tem graça. O que o instiga é o desafio de contribuir para a construção da nossa sociedade, e é o que o Iteci vem fazendo há 20 anos. O crescimento e consolidação da economia brasileira, e da sua democracia, depende de empreendedores como o meu pai e empresas como o Iteci. É esse princípio que mantém o Iteci até hoje, é isso que estimula meu pai e é isso que o diferencia.

Obrigado.

Bernardo, Diogo e Letícia JUREMA

domingo, 11 de dezembro de 2005

Nada
Letícia
Hoje à tarde, sentada numa escada enorme, na entrada da faculdade, vendo o povo passar. Estava esperando minha aula começar, na verdade cheguei atrasada e tive vergonha de entrar, então esperei para a próxima iniciar
Tantas coisas acontecendo no mundo, inúmeros temas sobre os quais escrever, tamanha é a amplitude que não sei o que dizer. Não tenho palavras para me expressar, não encontro a maneira de começar. Por quê? A vida continua, uns entram, outros saem, alguns ficam. Eu observo, eles passam. Algumas vezes me identificam, mas para nós mesmos somos insignificantes. É nossa natureza. Enquanto uns sobem, há quem desce. Isto é um caos ou será cosmos? É relativo, talvez dependa do ponto desde onde observo. Se olho nos olhos de alguém existo mais para a pessoa? A solidão. Nunca poderei explicar o que passa por minha cabeça, nunca sentirão o que sinto. Mas temos palavras em comum, compartilhamos momentos. Anseio a liberdade? Gostaria muito de não ser eu, de não ser outra pessoa, de ser ninguém e todos ao mesmo tempo. Estou presa a minha personalidade, ao meu passado, ás expectativas, a meus ideais, a meus preconceitos. Prefiro os meus que os teus.
Já não sei que mais falar, tantas besteiras consegui pensar e nada pude sustentar. São meros pensamentos, soltos no ar. Num instante minha imaginação estancará e nada restará. São meros pensamentos, nada significam, nada mudará. Qual será a relevância de tanto pensar? Será para rimar? Não. Me rebelarei contra a ordem e deixarei esta bobagem, que de nada servirá. Estou emprisionada dentro do mundo da palavra. Como escapar? Se me preocupo com a forma, o conteúdo se esvaziará e, então, o que importará? A incomodo? Por que olha para mim? Fui eu que a avistei primeiro? Terá curiosidade? Não sabe que neste momento escrevo sobre ela, escrevo sobre todos eles, mas sobre nada posso escrever. Não sei o que dizer, não os conheço. São todos meros figurantes, de brincadeira. Se morressem amanha nada me afetaria. Quando nossos caminhos se cruzam, cobram importância, ganham protagonismo. A forma é importante, ela realça meu conteúdo, não achas? Eu não minto, se mentisse, estaria mentindo.

quarta-feira, 7 de dezembro de 2005

Congresso Nacional e democracia

Visitar o Congresso Nacional é uma experiência pedagógica e, por que não dizer?, inspiradora. Recentemente, fui, a convite de Kollontai, assistir a votação, na Comissão de Seguridade Social e Família (CSSF), do Projeto de Lei 1.135/91 que visa discriminalizar (diferente de legalizar) o aborto, cuja relatora é a deputada carioca Jandira Feghali, do PCdoB.

A plenária onde ocorreria a votação estava tomada por opositores do PL. Eram grupos de formação social heterogênea (velhos, jovens, crianças, homens, mulheres...) ligados à Igreja, com camisas e panfletos contendo dizeres religiosos, portando cartazes, rosários e fetos de cerâmica. Eles cantaram hinos religiosos (só reconheci uns dois) e o nacional e gritaram palavras de ordem (do tipo "vida sim, vote não, ano que vem tem eleição"). Uma minoria discreta, com fitas de cor lilás amarradas nas cabeças, formada basicamente por mulheres de classe média de entre 20 e 40 anos (aparentemente), defendia o projeto.

Por falta de quórum (uma manobra dos deputados opositores, aprenderíamos mais tarde), não houve a votação. Os conservadores religiosos comemoraram freneticamente, clamaram Jesus. A mulherada de lilás e uns gatos pingados masculinos, eu inclusive, seguiram para reunião com a relatora na sala da presidência da CSSF.

Calcula-se que em torno de 18 deputados da comissão, entre titulares e suplentes, sejam favoráveis ao PL, o que garantiria a sua aprovação (daí a manobra dos opositores). Os movimentos pela liberdade de escolha das mulheres discutiram com a deputada Jandira estratégias de atuação: nada de protestos histéricos, mas conversa direta com os membros da comissão. O desafio é identificar aqueles que possam ser convencidos. Nesta reunião, ficamos sabendo de um outro PL, este na Comissão de Constituição e Justiça e de Cidadania (CCJ), que trata da violência contra a mulher, que precisa ser votado mas o relator ainda não o apresentou.

Por mais imperfeições que a democracia brasileira apresente, uma experiência como esta ilustra a sua vitalidade. É uma pena, mas faz parte do jogo, que certos grupos usufruam dos instrumentos democráticos para atingir objetivos anti-democráticos e anti-republicanos, como é o caso do movimento contra o direito de escolha da mulher. (Penso agora sobre um texto de Fernando Pessoa no qual ele afirma que quanto maior e mais barulhento o protesto, mais fraca é de fato a posição que se quer defender; ele explica que na verdade a manifestação não é em prol de uma causa, ou de alguém, mas sim contra aqueles que são contra a causa, ou a pessoa. Penso nisso e penso: tomara.) Mas essa é, ao mesmo tempo, a beleza da democracia. Como convencê-los da inconveniência de suas idéias?

Lida com valores, religiosos ainda mais, é complicado. Sobretudo, como bem me lembrou Kollontai, quando se trata de um poder remanescente da Igreja sobre o corpo e as atitudes das pessoas. Mas é possível dialogar. Explicar-lhes, por exemplo, que não se trata de o Estado dizer que é certo ou errado que as mulheres ajam de determinada maneira; cabe ao Estado, isto sim, reconhecer que existem mulheres que, por razões que somente a elas próprias dizem respeito, interrompem a gravidez (indepentemente de ser o ato legal ou não). Uma mulher com mais condições econômicas pode sempre contratar um médico particular. No entanto, uma mulher de classe pobre coloca necessariamente sua vida em risco. Além disso, em ambos os casos, sob a legislação vigente, estariam cometendo um crime.

É bom ver que o CN segue funcionando e tratando de questões relevantes para a população. No Brasil, parcela ínfima do eleitorado vota movido por "issues", ou seja, por preocupação com temas específicos (questões), o que é uma falha. Aliás, não sei em que o eleitor brasileiro baseia-se para escolher seu deputado. Há uma discrença em relação ao Legislativo, em parte justificável pela baixa qualidade dos parlamentares; outra razão é a nossa legislação eleitoral, confusa; mas, em boa medida também explicável pela desinformação sobre como funciona o poder legislativo (por exemplo, coisas do tipo acima descrita). Há eleitores, inclusive, que deliberadamente optam por não escolher seus representantes parlamentares, por acharem seu trabalho irrelevante.

Trata-se de erro grave. A imprensa falha em cumprir o seu papel, não divulgando votações como essa, e dando ênfase exacerbada às CPIs e aos escândalos - o que não ajuda em nada o eleitor a bem informar-se. Vale dizer que a Internet é uma fonte inestimável de informação e os sites www.camara.gov.br e www.senado.gov.br são incrivelmente completos e abertos e, nesse sentido, democráticos. São, no entanto, sub-utilizados.

Aproveito, então, a ocasião desse debate que pude presenciar no CN para lembrar a importância dessa instituição democrática, que melhorará apenas se nós, eleitores, exigirmos, de um lado, informação mais completa por parte dos meios de comunição sobre os assuntos legislativos (exercendo nosso poder de cidadão assim como o de consumidor) e, de outro, escolhermos nossos representantes parlamentares de forma mais consciente. Como bem lembraram os nossos concidadãos religiosos, ano que vem tem eleição. Fique atento, desde já, nas opções.

quinta-feira, 1 de dezembro de 2005

DIGA-ME VOCÊ...

Dirceu foi cassado. Devo confessar que jamais apreciei a presença de José Dirceu no governo Lula. Aliás, sempre questionei a presença maciça de São Paulo na composição deste governo. Mas, enfim... por que Dirceu foi cassado? O que foi provado contra ele? Não vale essas manchetes falaciosas da grande imprensa brasileira. Imprensa esta que diz e desdiz um "fato" de um dia para o outro. Imprensa esta que há meses financia uma crise que já passou... ou que existe hoje tanto quanto um, dois, três, cinco, oito, dez, quinze anos atrás. Quem cassou Dirceu? Por que motivos? Que eu me lembre, Roberto Jefferson foi cassado por ter acusado a existência do mensalão sem ter conseguido provar sua existência. Logo, como pode Dirceu ser cassado por ter chefiado um esquema de mensalão que não foi provado existir? E essa palavra "mensalão", criada por Roberto Jefferson, não seria equivalente à compra de deputados 10 anos atrás? Essa cassação me incomoda, afinal, que julgamento é esse?? Um dia o mensalão existe, no outro, não. Deveria Dirceu ser cassado sob ESTA acusação? Acusaçao de ser chefe de algo que não foi provado existir? Diga-me você... estou perplexo.