domingo, 25 de fevereiro de 2007

Quanta-Ladeira

Taí a única coisa que sinto realmente falta do carnaval de Recife! O Quanta-Ladeira. E tive o privilégio de ir a uma das primeiras apresentações do bloco, em 1999. Éramos apenas uns gatos pingados, no meio da rua, sem palco, na Rua da Moeda. Velhos tempos, a mesma irreverência. Agora, só me resta mesmo o YouTube:





outros links do bloco no YouTube:

- "A Rede Globo Tá Demais"
- O hino do bloco
- Poeira/Oliveira (muito boa)

quinta-feira, 15 de fevereiro de 2007

Explaining Hitler through Marx

"Men make their own history. But they do not make it just as they please; they do not make under circunstances chosen by themselves, but under given circumstances directly encountered and inhereted from the past."
- Karl Marx

Atividade da aula de inglês: comentar essa passagem.

Marx's approach to History, known as "historic materialism," implies that its driving force is the struggle between classes. That means that, although men indeed "make their own history," that does not happen in the void; instead, it takes place within a given historic, cultural and social context.

The state of affairs in Europe as a whole, and in Germany in particular, at the time Hitler rose to power, can be traced back to events that took place decades or even centuries before.

In the Middle Age, the European feudal social system provided security to the people. The person would be born and live predictably in the same social group -- and religion would ensure them that that was right. The sense of security, therefore, stemmed from being part of a group - be it social (i.e., peasants) or religious.

Two social transformations, however, would join forces to weaken this base of security. The emergence of Enlightenment ideal -- especially the idea of individuality -- compounded with a new economic system - Capitalism -- would change fundamentally European societies.

These changes were made possible, according to a Marxist perspective, only because a new social class was emerging -- the bourgeoisie. For its economic strength to have a political expression, a new set of values was required. Individualism and secularism would legitimize the new ruling class and, at the same time, weaken the traditional elite (clerics and nobles).

Another new class emerged as an offspring of Capitalism -- the working class. They sold their labor to the owners of the means of production. They would be gathered in urban centers, away from their traditional rural homelands, and without time for leisure or for religious duties. Never before, according to Hobbsbawn, was thee a social group so disenfranchised religiously and culturally.

At the end of the 19th century, Germany was arguably the most industrialized nation in all of Europe, and its workers had the best legislation, which was put there by Bismarck's social reforms. The Versailles Treaty, instead of solving problems that led up to the Great War, gave in to French revanchism. When Hitler came to power in the 1930's, his neurotic personality found fertile ground for self-destructive attitudes in the humiliated and insecure German society -- making it possible for him to lead his nation to near suicide.

quinta-feira, 8 de fevereiro de 2007

O legado de Serra à cidade de São Paulo

Pois é. Ninguém sabe de algo marcante deixado na capital paulista na meteórica gestão Serra. De concreto mesmo, o legado Serra à cidade consiste no Prefeito Kassab, ex-assessor de Pitta, que demonstra o seu DNA pefelista. Recentemente, ficamos sabendo de suas múltiplas dimensões:

- Kassab, o democrata.

- Kassab, o sensível.

Daqui pro ano que vem, esperemos mais. Nos resta apenas imaginar do que Serra será capaz no nível estadual! Ui!

domingo, 4 de fevereiro de 2007

Privatizaram o horizonte!


“Na cidade as grandes casas fecham a vista à chave,

Escondem o horizonte, empurram o nosso olhar para longe de todo o céu,

Tornam-nos pequenos porque nos tiram o que os nossos olhos nos podem dar,

E tornam-nos pobres porque a nossa única riqueza é ver”.


Fernando Pessoa (Alberto Caeiro)


As constutoras de Pernambuco repetem o que as elites sempre fizeram no país. Desde quando, no século XIX, setores das classes dirigentes assumiam um discurso liberal inspirado nos mais nobres ideais iluministas universalistas apenas para realizar seus interesses privados (já falei disso antes!), esse expediente tornou-se uma constante. Assim, as construtoras defendem-se por trás de uma retórica pretensamente progressista e democrática, apenas para perseguirem a inescrupulosa e inconseqüente realização de lucros tão altos quanto os prédios da cidade!


Democracia não prescinde de regras; muito pelo contrário, ela implica no estabelecimento e cumprimento de regras claras que regem o convívio coletivo (quando conveniente, costuma-se confundir democracia com anarquia). O discurso falsificador daqueles que destróem a nossa cidade encontra ressonância nas classes médias. Essas admiram a “beleza” e aspiram comprá-las. Não importa que esse processo esteja minando sua própria qualidade de vida – legitimiza-a porque deseja-a, ainda que não a tenha. O sonho é chegar no topo – literalmente.


O conceito deturpado de “modernidade” implica um tipo de desenvolvimento truculento, auto-destruidor. Extraindo do ideal fáustico de modernidade apenas aquilo que ele tem de mais danoso – profundo desdém pelas conseqüências do progresso – sem pelo menos buscar aquilo que tem de humano – intensa energia criativa e criadora inspirada no avanço técnico-científico.


Todas as sociedades sadias – e de todas as espécies – seguem o impulso natural da auto-preservação. Um modelo de crescimento urbano que não leva em conta as limitações geográficas e estruturais, então, se revela moralmente condenável. Ao mesmo tempo que se constróem prédios cada vez mais altos, estamos usando, de modo totalmente inconseqüente, os recursos naturais que a cidade oferece – em particular, as águas públicas dos lençóis freáticos e os rios e mares. Os tubarões de Boa Viagem, o avanço do mar em Piedade, a podridão dos rios e a falta d'água que

aflige boa parte da população são conseqüências diretas de ações humanas sobre o meio-ambiente por parte da sociedade pernambucana. O assalto às águas coletivas perpetrado pela classe média tampouco passará incólume – e nem a verticalização.

Quando iremos nos preocupar com isso? Como no caso dos tubarões, quando já seja tarde? Deixaremos a conta para os nossos descendentes (mais uma)? E naturalizaremos mais esse problema socialmente construído? Esse modelo, literalmente, não se sustentará a médio e longo prazos. Que sociedade é esta que vamos legar às próximas gerações?


foto acima - isso também é Recife. Ainda.

Pior do que o descaso com sua memória, seu passado, na forma da aniquilação radical dos prédios e casarões antigos – pode-se, afinal, argüir que se trate apenas de uma

questão estética –, é a despreocupação com o futuro e seus habitantes – nossos próprios filhos e netos – e aqui, trata-se, sem dúvida, de uma questão moral.


Mas, e uma coisa não está ligada à outra?

Recife ruirá

Ontem à noite tive uma idéia para um filme.


Chega-se a um momento em que os prédios da cidade do Recife começam a desabar, desmoronar; de como isso perturba a vida das pessoas; de como uma sociedade se auto-destrói.


Uma sociedade cuja direção é a auto-destruição não está sã. Poços artesianos somados à verticalizaçao intensa e condensada levará às quedas dos prédios e o conseqüente colapso social.


A tendência natural de qualquer espécie é a sua auto-preservação. A sociedade recifense está gerando um mundo inviável, que não se sustenta. Isso é contra a natureza, e portanto mal-são.


Recife ruirá, e de seus escombros emergirá uma sociedade bela. (O filme terá um final positivo).