escrevi isso em março mas só agora posto aqui...
Como disse certa vez um jornalista americano, os fatos são subversivos. E são eles, os fatos, que estão, enfim, se encarregando de desmentir a falácia construída pela oposição conservadora e propagada pelos seus porta-vozes do oligopólio midiático.
A mentira repetida dizia que a política macro-econômica do Governo Lula seria mera continuação daquela implantada por seu antecessor.
Não sou economista, mas me considero um cara pragmático e lógico. E portanto sempre tive dificuldade em aceitar a versão oficial: como pode uma política ser igual se os resultados são diametralmente opostos?
Não pode. Houve continuidade, sim. Continuação, de jeito nenhum. A continuidade se percebe na prioridade da manutenção da estabilidade econômica: o combate à inflação, algo perverso que impedia os agentes econômicos de planejarem no longo prazo e punia severamente os mais pobres que não tinham dinheiro em banco.
Mas houve uma mudança fundamental. A base da estabilidade malanista eram as taxas de juros estratosféricas que inibiam drasticamente a demanda agregada (o consumo das pessoas e os investimentos) ao mesmo tempo em que atraía o capital especulativo, necessário para fechar a Conta do Balanço de Pagamentos. Sob Lula, as taxas de juros, embora em termos absolutos ainda bastante altas, sofreram queda constante e sistemática. A política macro-econômica conjugou-se com outras políticas como a transferência de renda e o micro-crédito. Hoje, o crescimento brasileiro está baseado no crescimento do mercado interno. É o consumo das famílias que vem dando sustentação à nossa economia. A ortodoxia do Banco Central com seus altos juros (embora decrescentes) é contrabalançada pelo viés keynesiano (intervencionista) das políticas que visam estimular a demanda agregada.
Todos os dados macro-econômicos melhoraram desde 2003. A relação dívida/PIB, quando FHC assumiu o poder, era de 35%. Lula herdou uma relação de quase 60%! Hoje, ela se encontra em torno de 44%. A inflação em 2002 já ultrapassava a casa dos dois dígitos. Desde então, tem se mantido em patamar estável. As reservas internacionais do país, em 2003, somavam algo como 35 bilhões de dólares – sem contar o empréstimo do FMI, esse valor caía para 16 bi. Hoje, beira os 200 bilhões: suficiente para quitarmos as dívidas externas pública e privada e ainda sobraria. O salário mínimo passou de 56 dólares em 2002 para 245 dólares em 2008 – 4,3 vezes maior.
Muita gente da oposição (à direita e à esquerda) costumava dizer que o Presidente Lula tinha muita sorte pois não havia passado por uma crise internacional. Esse discurso está indo por água abaixo. Tudo indica – como o acordo da Vale do Rio Doce com clientes japoneses, chineses e coreanos, ajustando o preço do minério brasileiro em mais de 60% - que o Brasil não sofrerá graves danos. O Investimento Externo Direto, que em Janeiro teve uma queda, continua chegando em ritmo saudável. E o que é mais importante: trata-se de investimentos de risco, de longo prazo, produtivo: os empresários internacionais estão apostando no crescimento do mercado interno.
Isso para não falar em termos qualitativos: os mais pobres e as regiões mais pobres vêm se desenvolvendo mais intensamente do que os setores e regiões mais ricos.
Enquanto isso, a oposição fazem contorção verbal no lugar de tentar articular um discurso alternativo, com o apoio sempre incondicional da imprensa oposicionista. Preferem lutar contra os fatos, construindo uma narrativa desfavorável ao governo. Resta saber até quando seguirão nessa trilha.