Aproveite piauí enquanto há tempo
Eu sempre me perguntei porque não havia, no Brasil, uma publicação com textos bem escritos, como os da New Yorker ou da The Economist. Repare que o verbo "haver" encontra-se no pretérito, não por acidente: desde o mês passado, surgiu uma resposta à minha indagação. Há uma nova revista no mercado editorial brasileiro - a piauí.
Como defini-la? Perguntado por um amigo, eis minha explicação: não é sobre nada, é sobre qualquer coisa. À guisa de explicar de que se trata, nada como recorrer a comparações. É uma espécie de New Yorker brasileira, com formato da Caros Amigos (este é o seu grande defeito - ela é grande e incoveniente, aspecto em que, ademais, poderia ter se espalhado também na tradicional revista americana).
João Moreira Salles, publisher da piauí, assim a definiu, em entrevista ao Valor Econômico: "Vale qualquer assunto que não possa ser resolvido no Google, e que exija de quem escreve o trabalho de ir, voltar, e fazer tudo com a sola do sapato". Eu poderia elencar as excelentes matérias, os assuntos instigantes, muitas vezes originais, abordados... mas esse definição já se basta.
A primeira edição da revista, a de Outubro/2006, foi um primor. Esperei pela segunda, antes de confirmar a opinião: é uma grande revista (figurativa e literalmente). Uma revista mensal com textos bem escritos, inteligentes, sobre assuntos os mais variados e visualmente agradável... Parece bom demais para ser verdade, no país que detém o "privilégio" da revista de maior circulação do mundo (a Veja, com os seus mais de um milhão de exemplares semanais e suas denúncias inócuas ou "reportagens científicas" sobre dietas e quetais). Fica a dica.
Um comentário:
destaco o bom texto do Joao Moreira Salles na edicao de novembro. A HQ do Angeli tb tá bem maneira.
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