A Economist da semana passada publicou um editorial - cujo tema foi a capa da mesma edição -, analisando a mais recente, mais uma, tragédia provocada pelo acesso extremamente fácil às armas de fogo nos Estados Unidos. Trata-se de uma publicação de inequívoca tradição liberal, com autoridade moral, portanto, para fazer uma crítica à liberadade de matar.
Ao contrário do que o senso comum tende a afirmar, não concordo que ser "liberal" seja necessariamente "de direita". Os liberais, como a Economist, o são econômica e socialmente. Naquilo que chamamos "de direita", em geral nos referimos a um pensamento socialmente conservador e economicamente liberal, enquanto que "de esquerda" refere-se a uma ideologia socialmente liberal e economicamente intervencionista.
A publicação contribui para o debate sobre armas que matam, demonstra o disparate em que se transformou a discussão sobre o tema nos Estados Unidos - por força do podero lobby na National Rifle Association e comprova, uma vez mais, porque é, desde o século XIX, uma revista tão respeitada - é coerente e sensata. Num país, como o nosso, em que se mata mais, em um dia, só em uma grande metrópole, mais do que uma semana inteira de guerra no Iraque, a reflexão é mais que desejável - é uma imposição moral.
Quem quiser ler a matéria inteira (recomento), vá aqui. Coloco, abaixo, um trecho bem interessante:
"No phrase is bandied around more in the gun debate than “freedom of the individual”. When it comes to most dangerous products—be they drugs, cigarettes or fast cars—this newspaper advocates a more liberal approach than the American government does. But when it comes to handguns, automatic weapons and other things specifically designed to kill people, we believe control is necessary, not least because the failure to deal with such violent devices often means that other freedoms must be curtailed. Instead of a debate about guns, America is now having a debate about campus security."
2 comentários:
amigo,
a eleiçao aqui tà gerando um milhao de debates por segundo, mas o engraçado é a discriçao com que os franceses a fazem, a grande maioria nunca explicita a favor ou contra que candidato eles sao, discutem idéias e ideais. bom, claro que também tem um pouquinho de pudismo e hipocrisia neste silêncio, mas tb acho interessante a nao polarizaçao dos assuntos politicos entre preto ou branco. ah, o sarkozy se apresenta como vitorioso, tem mais força no discurso e presença. no fundo parece ser mais "preparado" e "eficiente", pelo menos no caràter campanha. a segolene nao tem carisma, parece ter medo, é interessante mas pequenina e assexuada... os franceses votam nela por falta de opçao, e sobretudo com medo do neo-sarkofascismo. ah, voltando ao sarko, o cara sabe muito bem (assim como o fhc...) agregar os valores ditos de esquerda em seu discurso, até parece que ele é mais progressista do que a segolene...
olha o blog, deixei um texto là e gostaria de saber o pensas.
abraço grande
E olhe que discutiu-se bastante (mesmo que de forma extremamente propagandista) a questão das armas de fogo por ocasião do referendo aqui no Brasil.
A cultura americana é e sempre será belicosa. Na minha opinião isso já está enraizado naquele país. No Brasil a violência nasce da miséria, desespero, falta de oportunidade e educação que é imposta à face menos privilegiada de nosso povo.
Convido para darem uma chegada no meu Blog (http://www.centrifugaonline.blogspot.com).
SÉRGIO
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