Útil cultura inútil
As voltas que o mundo dá. Ou as voltas que se dá no mundo. Ambas as frases se aplicam a Guilherme Rocha. Filho de diplomata, passou a vida dando voltas no mundo e, emancipando-se, decidiu continuar a vida pelegrina. Depois de ter vivido entre Brasília e Johanesburg, Paris e Xangai, Guilherme abandonou a faculdade americana e, numa espécie de busca às origens, foi continuar o curso superior na terra natal dos pais. A volta ao Recife foi carregada de simbolismo, e vista com certo "étonnement" por seu pai: ele havia entrado no Itamaraty por considerar essa "a forma mais eficaz de sair de Recife". As voltas que o mundo dá... Mas Guilherme não parou lá. Depois de 9 meses trabalhando em Lisboa, juntando uma poupança, partiu numa jornada de estimados 10 meses, tendo início o seu périplo em Belém, sendo o objetivo atingir a Califórnia - ou até onde permita suas economias... ou sua paciência. Suas aventuras podem ser acompanhadas no seu blogue, o Globum.
E eis que sua paciência se esgotou ali no Panamá (também, depois de três dias caminhando no meio da mata sob chuva torrencial... tá louco!), no quarto mês, por aí. Os relatos no blogue, infelizmente, cessaram bem antes. A boa nova é que o blogue voltou à ativa. Com uma nova proposta: o autor vai garimpar informações diversas, tipo cultura inútil, catadas na infinita rede mundial, e compartilhar conosco. Com seu texto conciso, sem frescuras, divertido e despretensioso, é uma boa pedida. O post do retorno trata do “revival” dos drive-ins. Achei essa iniciativa arretada, porque pega propostas e novidades gringas, que em geral escapam do escopo da imprensa tradicional, e nos apresenta com um enfoque próprio. Essa idéia mesmo do drive-in (vão lá ler) é algo que poderia muito bem ser aplicado no Brasil, como política pública ou iniciativa privada, no sentido de popularizar o cinema.