quarta-feira, 30 de setembro de 2009

3 erros do PiG na questão hondurenha

A imprensa brasileira dá um nojo que é indescritível. Agora mesmo, o presidente Lula acaba de receber um prêmio internacional importantíssimo - veja aqui. A repercussão na imprensa mainstream, tão acertadamente apelidada por Paulo Henrique Amorim de PiG (Partido da Imprensa Golpista), foi mínima, para não dizer inexistente. Fiquei sabendo só pelo blog do Nassif.

A total ausência dessa informação de interesse do povo brasileiro - seu líder acaba de ter sua liderança e suas políticas reconhecidas por renomada instituição de pesquisa - só se torna menos absurda diante da cobertura patética do PiG em relação à questão hondurenha.

Primeiro erro: tomar posição. Antes de entrar no mérito, não cabe à imprensa, ou pelo menos ao meio de comunicação que se pretende sério, fazer juízo de valor. Isso é feito na parte de opinião, em Editorial ou coisa que o valha. Mas vá lá, existem ótimos jornais de opinião, que apresentam a notícia criticamente, balisado em ideiais coerentes (The Economist é o melhor exemplo disso). Aí vem o segundo erro.

Segundo erro: a incoerência. O PiG é contra a posição do Itamaraty. Mas é contra porque age igualzinho à oposição republicana a Obama: por puro reflexo. Se é Lula, está errado. Eis o lema do PiG e de seus seguidores. Quando o Governo popular e democrático boliviano agiu dentro do marco legal de seu país, por meio das vias instititucionais, de acordo com seu interesse legítimo e soberan0, essa mesmíssima turma do PiG exigia do presidente Lula uma postura agressiva, beligerante mesmo - e, no melhor estilo neo-con, acusavam o governo de covarde e fraco (alguns exemplos aleatórios, só pra refrescar a memória: aqui, aqui e aqui). Agora, esses imbecis cobram do governo isenção e não-intervenção nos assuntos domésticos de país que teve o Estado de Direito rompido. (A Veja, sempre surpreendendo, chegou ao ponto de pedir o impeachment do Presidente Lula - olha aqui).

Terceiro erro: Não tem lógica nem faz sentido, como esse artigo do El País deixa bem claro, a oposição conservadora à atitude da diplomacia brasileira... O terceiro erro é do leitor/telespectador que ainda leva a sério essa bosta dessa imprensa brasileira, que é oligopólica, elitista, corrpupta e (neologismo warning!) sócio-geo-etno-cêntrica.

E só pra deixar claro, se é que ainda resta alguma dúvida, de que a oposição à política externa lulista é totalmente ideológica e desprovida de razão, não é só no El País que se defende a ação brasileira. Artigo da insuspeitíssima Time - leia aqui - também aprova. Leia o PiG quem quiser... A web está aí pra nos liberar dessa desgraça. Amém!

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