quarta-feira, 31 de agosto de 2005

PROCURANDO O FOCO
Segue abaixo um trecho de uma excelente matéria escrita pela jornalista Marina Amaral, na Caros Amigos deste mês. Ela nos mostra claramente que o foco dos meios de comunicação e da oposição, propositalmente ou não, está equivocado.

“Ainda é cedo para saber o que aconteceu e se há o dedo de Dantas nas denúncias de Jefferson. O certo é que os inimigos do Opportunity e de seus aliados políticos foram os grandes atingidos pelo escândalo e Dantas injetou muito mais dinheiro na conta de Valério do que qualquer outra fonte acusada de manter o caixa dois do PT – este, até agora, na marca dos 55 milhões de reais. Também não se tem nenhuma prova de que recursos de estatais desviados e contratos superfaturados de publicidade entre as agências de Valério e o governo federal seriam a origem dessa dinheirama, apesar da insistência da mídia e da oposição ao governo em afirmar o contrário. Até o momento em que escrevo, as únicas estatais sob suspeita são os Correios e Furnas, ambas controladas pelo PTB, que não depositou no caixa dois do PT, apenas sacou.
Claro, há uma licitação sob suspeita na Petrobrás, já que o ex-secretário geral do PT, Silvio Pereira, recebeu uma Land Rover da empresa que a ganhou, mas ainda não se sabe se houve o superfaturamento. Com relação aos contratos publicitários de 330 milhões de reais feitos com cinco órgãos da administração pública – Correios, Banco do Brasil, ministérios do Transporte e do Trabalho e Câmara dos Deputados – , também não há indícios de irregularidade: com exceção da Câmara, todos os outros órgãos já eram clientes das agências de Valério no governo FHC e foram remunerados de acordo com os padrões de mercado, 15 por cento do valor total dos contratos (os outros 85 por cento são para comprar espaço publicitário nos veículos de comunicação e pagar a produção dos anúncios). Ou seja, as empresas de Valério ganhariam no máximo 50 milhões de reais em três anos se os contratos, interrompidos pelas denúncias de Jefferson, vigorassem até o prazo final. Nada de excepcional, dentro da verba publicitária dos clientes, ao contrário dos quase 150 milhões depositados pelas três empresas controladas por Dantas nas empresas de Valério”.

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