Se lembrem do que eu escrevi II
Em texto sobre o referendo do desarmamento que escrevi no ano passado, concluí com os dois tipos de sociedade representados por cada uma das opções oferecidas. Os recentes acontecimentos no estado de São Paulo, tragicamente, são uma prova contundente da idéia. Passado o horror, é importante que saibamos que o que está ocorrendo não é fruto do acaso, mas conseqüência direta de políticas públicas equivocadas adotas.
Eis o que escrevi em Outubro:
"Trata-se, enfim, de decidirmos, no próximo dia 23, que tipo de sociedade queremos legar aos nossos filhos, sobrinhos, netos e bisnetos. De um lado, o do Não, uma sociedade individualista, regida pela mentalidade do “cada um por si”, que está se matando progressivamente, e cuja violência começa cada vez mais a transbordar das periferias pobres em direção aos centros urbanos abastados. De outro lado, o do SIM, uma sociedade que, apesar de todos os problemas, tenta dar um primeiro passo, ainda que incipiente, na direção de uma solução coletiva – para todos –, e não privada – para poucos."
O que estamos vivenciando em São Paulo é resultado do modelo de sociedade que as pessoas, conscientemente ou não, legitimaram no referendo. Não deveriam se surpreender.
3 comentários:
a grande questao é que as pessoas nao assumem a escolha q fizeram, são ignorantes ou hipócritas. elas optaram por uma sociedade onde a violencia se responde com violencia, mas depois vem pedir paz, como elas nada tivessem haver com aquilo. Ontem eu vi na tv o jornalista Marcelo Rezende glorificando o tenente coronel responsável pela matança no carandiru, dizendo ser aquela a melhor maneira para lidar com marginais, outro defendia a volta da Rota, que barbarizou SP , porque so prendia e matava "gente suspeita", ou seja, preto e pobre. O pior é q as pessoas a cada dia acham que só mais repressão vai resolver, e assim o ciclo se perpetua.
Muito bom o seu artigo, Jurema. Tocou o dedo na ferida
outra coisa engracada eh a raiva de algumas pessoas - como Ratinho - com os "militantes de direitos humanos que defendem bandidos". Numa clara deturpacao do papel dessas pessoas e no que elas reclamam. E, ao meio de violencia, propoe - como solucao - mais violencia! Coerente.
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