quinta-feira, 26 de outubro de 2006

Um e outro

Há uns meses atrás, quando eclodiu a crise de segurança pública de São Paulo, Diogo postou um comentário que, além de bem escrito, toca num ponto crucial. Ele fez uma comparação entre as formas de governar petista e tucana. Ao contrário do que vêm sistematicamente propalando as grandes empresas midiáticas, existem diferenças fundamentais, sim, entre os dois partidos. Diogo poderia ter ido além, mencionando, por exemplo, a área social. Depois de 12 anos de governo tucano em São Paulo, qual o grande legado nessa área? Febem e índices educacionais dignos de Pará! Um contraste forte com os meros quatro anos da gestão petista na cidade de São Paulo, onde, em curto espaço de tempo, a administração municipal deixou marcas significativas, e deu início a um princípio de processo de redistribuição de renda na cidade. Posto esse texto só pra lembrar que, domingo, não se trata de votar no "menos pior" ou "contra Alckmin", mas sim votar a favor desse projeto político que é diferente, novo, progressista. Com a palavra, Diogo:


(...)
Independente de variáveis, podemos comparar a essência de dois governos com tempo para executar um trabalho de longo-prazo. De um lado, São Paulo e seus doze anos de gestão tucana; do outro, o Rio Grande do Sul ou o Acre, com 16 anos de gestão petista no primeiro e, em breve, o terceiro mandato petista no segundo. O combate à violência nestes três estados é simbólico e representa prioridades de cada um.

Enquanto que em SP foram inauguradas mais FEBEM's, no RS estas instituições foram extintas. Lá, em seu lugar, dois tipos diferentes de espaços foram criados: um para trabalhar a reintegração daqueles com delitos não muito graves, e outro para um trabalho de mais longo-prazo para jovens com delitos mais sérios. A grande diferença: o foco. Enquanto um enxerga a quantidade, o outro priorizou a qualidade e, sobretudo, a reinserção.

No Acre, o Governo soube lutar eficazmente contra o crime organizado confrontando interesses de uma elite político-empresarial da região. Em SP, o "combate" só aconteceu porque a fronteira [social] foi ultrapassada. Até então, SP não era uma cidade violenta; violenta era o Rio de Janeiro. Enquanto no AC confronta-se, em SP foi mais fácil ignorar... até que não deu mais.


Lá e cá


Outro comentário, dessa vez de Jorge, merece destaque, nessa véspera de eleitoral. Aqui, ele faz um paralelo entre as gestões petistas a nível local (Recife), e nacional. Muito interessante:

acho que esse exemplo do Gilmar lembra o que ocorreu em Recife na primeira gestão João Paulo. Os três primeiros anos foram voltados para mudanças muito mais significativas para a população de baixa renda, SAMU, mais de 1.500 professores na rede municipal contratados, aumento do número de equipes do saúde da família, então a classe média não sentia a diferença, embora muitas outras ações a tenham alcançado (Paralela, inversão do trânsito de Boa Viagem, regularização das vans, etc.).

A grande questão é que Lula vem trabalhando do jeito que pode para diminuir a super concentração de renda (levando-se em conta o malabarismo que é fazer isso dentro de uma economia de mercado emergente e com uma guerra política suja e intermitente, mas como tem gente fazendo barulho pra isso não acontecer, putz!

terça-feira, 24 de outubro de 2006

Para avaliar o Governo Eduardo

Em 2004, o deputado federal Cadoca Pereira foi o candidato da União por Pernambuco, a coligação conservadora que governa o estado desde 1999. Queria retomar o poder municipal, recuperá-lo para o seu grupo, que havia perdido quatro anos antes.

A sua candidatura foi construída ao longo desse intervalo. Ele tinha uma marca, ("Cadoca é Recife"), azul e laranja (que mau gosto). Logo em janeiro do ano eleitoral, os muros da cidade do Recife estavam tomados por seu logotipo - em flagrante crime eleitoral (veja foto abaixo, de minha autoria). Se, do ponto de vista do marketing, o candidato fez um "bom trabalho", do ponto de vista político, foi um fiasco. Ninguém sabia nada, nenhuma idéia ou posição do candidato em relação aos grande problemas da cidade. Um dos seus "grandes trunfos" foi dizer que o Prefeito João Paulo havia prometido 40,000 casas, mas só teria construído 4,000.

Cadoca se preocupou com a micro-política. E se esqueceu da macro-política. Macropoliticamente, o governo João Paulo havia sido inovador e diferente. Ao invés de ver como "só 4,000 casas", a população pensou "ele fez 4,000 casas!" - se micropoliticamente havia falhas, macropoliticamente a inversão de prioridades redistribuidora de riqueza de fato havia ocorrido. Ou seja, a grande promessa macropolítica do candidato petista em 2000 havia sido cumprida. Cadoca foi incapaz de perceber isso, e seu discurso não encontrou ressonância. João Paulo se reelegeu com folgada vantagem, no primeiro turno.

O Governo Jarbas/Mendoncinha é um fiasco. Trata-se da gestão "competente" do status-quo. E mais - um líder "preguiçoso", sem pretensões políticas, cansado, que já havia atingido o auge, e protegido pela imprensa e pelo poder judiciário. Não liderava, deixou o governo frouxo. Ou seja, ainda que micropoliticamente seja possível encontrar coisas interessantes, aqui e ali, macropoliticamente é um desastre. Particularmente desastroso em três áreas - educação, saúde e segurança.

Os professores da rede pública de Pernambuco recebem o salário mais baixo do Brasil - mais do que o Acre, por exemplo, estado com PIB bem menor que o nosso. O único grande investimento na área foi o Projeto Avançar (telecurso 2000) - que é um bom projeto - mas foi implantado em 2001, quando Raul Henry era secretário de Educação e Cultura, e terminou já em 2002. Teve cunho meramente eleitoreiro, foi um desperdício de recursos públicos, e serviu apenas para garantir o candidato do governador como o deputado estadual mais votado daquele ano. A saúde pública estadual é um desastre, e o índices de Pernambuco não condizem com sua riqueza - sem contar as disparidades regionais. Pernambucano gaba-se de que Recife é "o segundo pólo hospitalar do país"... privado! Finalmente, temos a crise de segurança pública, e seus efeitos gerais e devastadores. Em Novembro haverá em Recife o encontro nacional de cirurgiões plásticos. Dos entre 4 e 6 mil previstos, menos de mil até agora se inscreveram - por medo de ir a Recife. Isso sem contar a sensação de medo que assola, indiscriminadamente, toda a população do estado, todas as regiões, todas as classes sociais.

Minha baliza para avaliar o governo Eduardo Campos será nessas três áreas. Se a educação, a saúde e a segurança públicas melhorarem significativamente, então este terá sido um governo vitorioso. Dado o forte apoio de amplos segmentos da população à sua candidatura e à sua juventude (fatos que contrapõem-se ao viés coronelista-esquerdista do PSB-PE), é possível supor um governo de coalizão que realize, satisfatoriamente, essas macropolíticas-chave. Só pela perspectiva de mudança concreta nesses setores, que necessariamente não ocorreriam num governo da União conservadora, já vale a pena o voto de confiança em Eduardo.


Boa notícia


César, meu "roommate", voltou a atualizar seu blog. Vale a pena visitar.

terça-feira, 17 de outubro de 2006

Carta a um amigo

escrito privadamente a um amigo, a 05 de outubro de 2006, sobre essas eleições,
reproduzido aqui, com
adaptações, com a sua autorização.

escrevo a respeito de seu comentário. Dizer que o voto em
Lula é "cegado pela ideologia" significa que você ou não leu os textos no
blog em que explico minha posição pró-Lula, ou leu e não entendeu.

Meu voto é o oposto de ideológico. A ideologia do individualismo, como a
de Thoreau, e do Estado mínimo ou inexistente, como a de Bakunin, faz
sentido em país desenvolvido (se tanto). Em um país cultural e
materialmente atrasado como o nosso, um país de pobres e miseráveis,
simplesmente não faz sentido, soa hipócrita, não tem embasamento na nossa
realidade (aliás, a peça "Um homem é um homem" de Brecht trata disso).

O seu voto nulo, baseado numa ideologia importada de sociedades diferentes
e descontextualizada historicamente, considera que não há diferenças
substanciais entre Alkmin e Lula. Mas as há, sim. Senão vejamos. A
candidatura tucano-pefelê tem uma plataforma economicamente
neoliberalizante (retomada das privatizações, terceirizações, arrocho
salarial do funcionalismo - em suma, diminuição do Estado em benefício da
iniciativa privada) e socialmente conservadora (contra o aborto, contra
pesquisas em células-tronco, etc). Nesta definição, trata-se de uma
candidatura de Direita.

Por outro lado, a plataforma do Gov. Lula é economicamente
intervencionista-estatal, privilegiando o Estado como condutor do
desenvolvimento econômico, e por isso fortalecendo-o (fim de privatizações
e terceirizações, mais concursos públicos, aumento salarial horizontal pro
funcionalismo). Ao Estado cabe, nessa concepção, a distribuição direta
(Bolsa-família) e indireta (Fundeb, SAMU, antendimento bucal, ampliação do
PSF, Pro-Uni) da riqueza nacional. E socialmente progressista (políticas
de ação afirmativa, defesa dos direitos da mulher, defesa de tributação
sobre herança de grandes fortunas - aliás, projeto do governo que não foi
aprovado no Congresso -, defesa dos gays - como no projeto de Marta).

Claro que os casos de corrupção me deixam com raiva. Mas existem outros
critérios, além do moralista, para se escolher o voto. E eu não voto
pensando em mim, exclusivamente, mas na coletividade (classificaria esta
posição como de "idealismo pragmático"). E de mais a mais, esse
governo é mais transparente que os outros - a imprensa com seus
interesses, é mais vigilante do que nunca, e o próprio governo fortaleceu
as instituições investigativas, como a PF e a CGU. E, falando de ética - não é
ético a redistribuição de renda? Vamos expandir o sentido de ética. Por que
restringi-lo ao gosto da oposição conservadora?

O que incomoda a pessoas como eu, é o fato degente como tu, inteligente e
com visão de mundo progressista, não perceber que existem diferenças
significativas, sim, entre as duas candidaturas. E que o voto nulo, seja por
questões moralistas ou ideológicas, é inconseqüente e inócuo. O voto no Lula
é uma escolha pragmática por uma plataforma que trouxe mudanças pros
setores sociais e regiões nacionais historicamente marginalizadas dos
processos de desenvolvimento econômico do país. Reitero o que já disse - não
questiono a legitimidade do voto nulo, mas apenas a sua eficácia como forma
de protesto.

Os diferentes jogos ao qual você se refere não são excludentes.
Lembremos Gandhi - o mais ilustre praticante da desobediência civil e do
pacifismo. Ele lutou pela independência do Estado indiano e não se esquivou
do embate político-eleitoral. Temos outros exemplos históricos de como o
voto faz a diferença (pro bem e pro mal) - Hitler e Mussolini nos anos 20 e 30,
Allende no Chile, Morales na Bolívia, o PSOE na Espanha, os Republicanos
nos EUA, Chávez na Venezuela...

Te peço, por isso, que entendas minha posição e meu apelo para que
reflitas as conseqüencias do teu voto.

Um abraço, com carinho e respeito, do amigo -

quarta-feira, 11 de outubro de 2006

Você não verá essa entrevista na imprensa brasileira

Está no YouTube (o canal de TV mais democrático do mundo!) o trecho de uma entrevista do ex-governador de São Paulo Geraldo Alckmin a um programa de notícias inglês. Não acostumado com o jornalismo sério praticado naquele país, o ex-governador perde totalmente a compostura, descontrola-se, não responde as perguntas. Interessante notar duas coisas. Uma, é a diferença do tratamento da imprensa nacional - como eu já havia comentado aqui mesmo nesse blog -, totalmente parcial e não apontando o dedo para os responsáveis diretos pelo terror paulista, e a imprensa inglesa, sem rabo-preso, sem meias-palavras, colocando o dedo na ferida. Essa entrevista põe em evidência a parcialidade criminosa da imprensa brasileira - e mostra que não se trata de choramingo de petista. Outro ponto, é que essa entrevista foi feita na época da Copa do Mundo - e a repercussão dela na Imprensa nacional foi nulo, zero, nada, rien du tout! Apenas para exercício de imaginação, pensem só como teria sido bem diferente caso o entrevistado fosse o Presidente Lula! (Naquela época, "escândalo" foi o Presidente Lula ter perguntado a Parreira se o Ronalducho estava gordo... Realmente, um tema muito mais importante). Outra coisa relevante dessa entrevista é que ela confirma exatamente o que Diogo acabou de escrever aqui em baixo - ela mostra o candidato da Direita nu e crú, sem aquele sorriso plástico patético, sem o verniz do marketing, ele como ele é. Mais um vez, vale ser notado, o YouTube demonstra seu caráter revolucionário. A grande imprensa corporativa brasileira tinha tomado uma decisão editorial de não noticiar um fato de indiscutível valor jornalístico. O público brasileiro não ficou sabendo dessa entrevista. Graças ao YouTube, e seu poder subversivo, a entrevista vem à tona. E agora os jornalões dificilmente poderão evitar de falar sobre algo tão desfavorável ao seu candidato. Não percam:

terça-feira, 10 de outubro de 2006

Para não parar com a Politicagem...

Debate não é luta de boxe. Ninguém, no meu ponto de vista, "ganha" um debate a não ser que seus adversários tenham desempenho tão ruim que terminem consagrando um "vencedor". Acho que num debate, aos invés de perdedores e vencedores, conhecemos atitudes.
Domingo, ao ter a primeira pergunta do Debate, o candidato Alckmin dava o tom do que seria o restante do encontro. E ele começou da forma mais baixa. Concordo que deveria ter uma postura mais agressiva, mas jamais baixa, preconceituosa e enganosa. Insistir em de quem ou de onde é o dinheiro é uma postura de quem não quer saber nada, a não, de forma leviana, acusar. Neste debate, o candidato Alckimin vestiu a máscara de PFL, de uma direita preconceituosa e hipócrita. Trouxe à tona, demagogicamente, o assunto do avião presidencial. Disse que, se eleito, venderia o avião e construiria 5 hospitais! Grande proposta! Em que condições ele manteria esses hospitais, não valia a pena explicar... Candidato Alckmin pediu que o Lula abrisse as contas de seu cartão de crédito bancado pela União. Para quê? Ele sabe que isso é aberto ao público... inclusive, não sei porque o próprio Lula não falou... aliás, imagino que saiba... mas já volto para ele. O que acontece é que Alckmin, na verdade, começa aos poucos a tirar sua máscara.
Já Lula tinha tudo para tornar ainda mais evidente a mediocridade de Geraldo. Lula poderia ter enquadrado Geraldo logo no início. Ao invés disso, entrou no jogo de Alckmin e procurou partir para agressões e acusações. No entanto, senti ele mais propositivo do que seu adversário. Mas Lula estava tenso... talvez por não saber como seria o Alckmin do debate. Talvez por não esperar que Alckmin viesse no nível que veio.
Pessoalmente, achei um bom debate. Mas esperava que Lula soubesse tirar mais de letra um adversário como o que teve.

sábado, 7 de outubro de 2006

"Previously on LOST"

Quem conhece o seriado Lost sabe o que significa essa frase aí acima: vai começar o programa! Esta semana foi ao ar nos Estados Unidos o primeiro episódio da nova temporada. Quem nunca viu, eis uma boa oportunidade de baixar a primeira temporada e começar a acompanhar o que é, sem dúvida, um dos melhores e mais criativos programas de TV dos últimos tempos. Nesse videozinho, abaixo, segue uma compilação dos três comerciais de divulgação da série. Uma curiosidade extra pros brasileiros é a participação, a partir do terceiro episódio desta temporada, de Rodrigo Santoro, que passa a fazer parte do cosmopolita casting do show. Pelo que vi no primeiro episódio, tudo indica que a terceira temporada não deixará nada a desejar em relação às duas precedentes - grande mérito, já que, em geral, mesmo as melhores séries tendem a sofrer de uma certa "fadiga material" depois de um tempo (Desperate Housewives, Six Feet Under). Pela própria natureza do enredo, não deve ser este o caso de Lost - também neste aspecto, um programa atípico. Confiram aí de que se trata o programa:

terça-feira, 3 de outubro de 2006

Impressões Eleitorais
Essas eleições fizeram brotar em mim alguns sentimentos... uns bons, outros muito ruins. Desde muito antes das eleições, senti que esse Governo estava sendo massacrado. A informação transmitida jamais foi isenta de posições políticas e sempre carregada de inveja e preconceito. Um grande exemplo dessa falta de coerência dos meios de informação, para ficar apenas com um, foi recentemente, uma manchete nas páginas de política do jornal Folha de SP (de domingo, 01/10/2006). A manchete ligava o ex-ministro da Saúde Barjas Negri à máfia das ambulâncias e citava seu nome na manchete. Se formos atrás das notícias veículadas de um ano para cá, jamais encontraremos um exemplo de um petista que tenha sido envolvido em algum pseudo-escândalo cuja referência tenha sido feita por meio de seu nome, apenas. Primeiro, ele estaria estampado na capa... provavelmente, com direito a foto. Em segundo lugar, seu nome viria no corpo da matéria, não na manchete. Na manchete, haveria alguma referência da ligação do indivíduo ao PT, ou a algum ministro importante ou, como não?, do próprio Presidente. Não julgo qual a forma certa... apenas acredito que o que vale para um, deve valer para todos. Isso é propaganda negativa pesada e, aparentemente, muito eficaz.
DECEPÇÃO
Uma de minhas grandes decepções nesse processo é a figura de Cristóvam Buarque. Seu papel foi ridículo! Muito lindo seu discurso, mas ele não estava na disputa para defender, como ele dizia, uma ideologia, a revolução da educação. Estava ali para defender um projeto pessoal, sem o menor compromisso em colocá-lo em prática. Quando começou a concorrer, já avisou que não estava ali para ganhar. Patético. Ligar a falta de Lula ao debate a um ato de Corrupção é forçar a barra demais! Fazendo o jogo da direita conservadora! Sem falar, que esse cidadão foi o único candidato a dizer temer uma vitória de Lula, pois poderia significar tornar-se numa Venezuela! Logo ele vai dizer isso?! Com que objetivo? Para mim, é um frouxo, mal-caráter! Agarrado a um discurso que atrai pessoas que... pessoas que não desejo julgar... que decidi não mais julgá-las.
FALTOU POUCO...
Tivera Sarney perdido no Amapá, o coronelismo nordestino teria sofrido uma queda dupla: Sarney e ACM. Mas está bom... Uma coisa de cada vez. Vemos o PT no Piauí, em Sergipe e na Bahia; o PSB no Ceará, talvez em Pernambuco e parece que no Rio Grande do Norte (não lembro de cabeça); e em Alagoas, pelo menos no ficou nas mãos da elite usineira do estado...
É LULA, LÁ??
Sinceramente, a "esquerda" brasileira pode ter eleito um PSDB para a Presidência. Querendo ser ideológicos, terminaram cagando nos próprios pés... aliás, espero que não... mas a sensação que dá é esta. Acredito menos na vitória de Lula porque não vejo votos em Cristóvam e Heloísa sendo transferidos tão facilemente, assim. Pelo contrário... agora, vale tudo!
A PORQUEIRA DO DEBATE
Não tivessem feito tanta suspeita sobre se Lula iria, ou não, ao debate da Globo, acho que a repercussão eleitoral disso teria sido menor. Mais uma vez, essa cúpula que guia o Governo, errou e perdeu pontos importante para conseguir finalizar tudo no dia 1º.
A CHATEAÇÃO
Nunca imaginei que "não votar" me faria tão mal. Me senti impotente. A vontade que deu foi voltar para Recife no 2º turno... a vontade durou até eu ver o preço da tarifa.

Brasil 2006 repete França 2002


Essa turma que vota nulo ou na "esquerda fragmentária" bem que merece um governo Alkmin pra ver o que é bom pra tosse.

O segundo turno vai ser duro. O tal do debate que o ingênuo (?) Cristóvam tanto pede, será em verdade um "massacre", como tem sido nessas últimas duas semanas. A versão única da oposição conservadora e seus porta-vozes midiáticos.

E, assim, a pseudo-vanguarda do voto nulo traz de volta ao poder as forças do atraso.

E vejo o futuro do Brasil ameaçado pela volta da política liberalizante de desmonte do Estado que essa turma vai fazer (privatizações, terceirizações, arrocho salarial), revertendo o esforço do Gov. Lula de reconstrução e valorização do Estado brasileiro. Tudo isso com a contribuição direta de eleitores que se dizem ou crêem "de esquerda" ou "progressista".

segunda-feira, 2 de outubro de 2006

"Pra pensar e pra agir 

O que você acredita que seria mais benéfico para
o processo da reconstrução
de uma esquerda sensata
neste momento (em termos de resultado da eleição

presidencial 2006), a manutenção de um Lula com a
promessa de remissão dos
seus pecados ou o retorno
da turma da direita?...ter esperança no "vou ver"

uma esquerda saneada ou deixar "volver atrás" uma
direita
maquiavélica?...Será que este pesadelo
desesperador pode acabar com um P

SÓ???..."



mensagem de e-mail repassada pelo Professor Frank Tupinambá

domingo, 1 de outubro de 2006

26/09/2006 09:00

O que está em jogo no dia 1º de outubro


http://blogdodirceu.blig.ig.com.br/



Não se trata de vencer por vencer. E não se trata do PT. O que está em
jogo é o Brasil, o futuro do país, o seu rumo. Nada pode apagar os quatro
anos de governo Lula, resultado de nossa vitória em 2002. O balanço é o
próprio povo que está fazendo. Mas ainda há muito para fazer a fim de que
o Brasil cresça e acabe com suas desigualdades sociais históricas.

A reeleição de Lula é fundamental, não só para avançar no projeto de
desenvolvimento, mas, principalmente, para iniciar uma ampla reforma
democrática no Estado brasileiro, começando pela reforma
político-eleitoral.

No início de 2004, a oposição rompeu o pacto democrático e iniciou, com
amplo apoio de grande parte de nossa mídia, uma escalada para
desestabilizar, derrotar e, se fosse possível, derrubar o governo Lula. O
uso aberto e sem pudor das CPIs para esse fim está comprovado na recusa,
sem vacilações, do PSDB e do PFL em permitir CPIs sobre seus governos
estaduais. E, agora, do PSDB de Piracicaba (SP), que acaba de arquivar um
pedido de investigação parlamentar sobre as relações de Barjas Negri
(ex-ministro da Saúde e ligado a José Serra), o empresário Abel Pereira e
a máfia das ambulâncias.

A oposição não vacilou em apelar abertamente para o golpe, como o fez pela
voz autorizada de um ex-presidente da República e seu líder inconteste. A
base de nossa democracia é o voto universal. Mas, durante toda a campanha
eleitoral, o que vimos foi uma tentativa canhestra e antiga, como aquela
praticada pela UDN nas décadas de 50 e 60, de desqualificar o voto
popular. A oposição não teve pejo de representar no Tribunal Superior
Eleitoral contra a candidatura Lula, sem ter nenhuma evidência, indício ou
prova que envolvesse o presidente e os recursos de sua campanha no caso do
dossiê Serra.

Não temos salvação fora da legalidade e da democracia, fora das
instituições. Aqueles que nos acusam de aparelhar o Estado não podem,
abertamente, politizar e partidarizar a ação da Justiça Eleitoral e nem
pretender substituir o voto pelo Tribunal Superior Eleitoral, retrocedendo
às piores práticas da República Velha.

O princípio sagrado da democracia (“a cada cidadão um voto”) não pode ser
substituído pelo veredicto de uma dezena de homens. A igualdade de
condições para a disputa do voto não pode ser desequilibrada pelo uso da
mídia na campanha, pela partidarização aberta e completa do noticiário e
pela manipulação dos fatos.

Nunca, na história recente do Brasil, assistimos uma tão despudorada ação
dos meios de comunicação contra um governo e uma candidatura, sem falar na
campanha contra o PT. Nossa vitória, no primeiro turno, será, também, uma
resposta clara e dura do povo a essas práticas antidemocráticas e
permitirá ao país avançar na consolidação de nossa recente democracia.

Como sempre, a militância do PT fará a diferença. Precisamos da
mobilização e da arrancada final da última semana, precisamos fiscalizar a
eleição no dia 1º, é isso que vai garantir nossa vitória no primeiro
turno. Com a força do povo, Lula de novo.